A problematização da vida em Michel Foucault, Roberto Esposito e Nikolas Rose

Autores

  • Gislene Almeida Universidade do Estado da Bahia Universidade Nova de Lisboa

DOI:

https://doi.org/10.30972/nvt.0133120

Palavras-chave:

Biopolítica, paradigma imunitário, bioeconomia, ética somática

Resumo

As investigações de Michel Foucault acerca do exercício do poder sobre a vida inspiraram, tanto em termos de objetivos –uma genealogia dos processos de subjetivação do homem moderno – quanto em termos metodológicos – arqueologia das formas de resistência à sujeição – inumeráveis estudos, polêmicas, críticas e malentendidos, com muitos dos quais Foucault chegou a dialogar ainda em vida. Talvez os conceitos mais presentes nessas investigações sejam os de biopolítica e bio-poder, formulados por Foucault no bojo da problematização que envolve as relações entre saber, poder e subjetividade. O conceito de biopolítica pode ser entendido, grosso modo, como uma “gestão calculista da vida” em prol da promoção da vida, com o menor dispêndio possível tanto econômico quanto ideológico, institucional, etc. O presente artigo visa a apresentar, ainda que sumariamente, o lugar ocupado pelas análises destes conceitos no interior da obra foucaultiana, para, a seguir, apontarmos duas dessas contribuições teóricas que estão em curso neste início de século XXI e que dialogam diretamente com o pensamento foucaultiano: o conceito de paradigma imunitário, de Roberto Esposito, e o conceito de ética somática, de Nikolas Rose

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Publicado

2018-09-28

Como Citar

Almeida, G. (2018). A problematização da vida em Michel Foucault, Roberto Esposito e Nikolas Rose. Novo itinerário, (13), 32–52. https://doi.org/10.30972/nvt.0133120

Edição

Seção

Artículos